quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

ESCOLAS DA SEDUC GANHAM ALUNOS MONITORES DE RÁDIO

Alunos da rede pública estadual de ensino, participaram durante 3 dias do primeiro módulo da oficina de Aluno Monitor de Rádio Escola, que encerrou hoje no NTE-BELÉM - Núcleo de Tecnologia da Educação da SEDUC,com o objetivo de preparar o aluno pedagogicamente,para desenvolver mais uma mídia tecnológica na escola.
Estiveram presentes alunos das unidades de ensino Magalhães Barata,Costa e Silva,Jarbas Passarinho,José Veríssimo,Manoel de Jesus Moraes,Teodora Bentes e Hilda Vieira.O  primeiro módulo da oficina,abordou temas como os fundamentos da linguagem do rádio,técnicas de gravação,edição,criação,produção de programas e vinhetas,conhecimento e manuseio do Audacity,preparando o educando para o manuseio e desenvolvimento dessa ferramenta tecnológica enquanto recurso pedagógico.
Todo o processo,inicia a partir da integração entre o computador,os equipamentos de rádio,educador e educando,na busca da melhoria do ensino-aprendizagem.Assim,o aluno passa a ser autor e protagonista do rádio na sua escola.Dificuldades?São muitas!!!Elas estão aí mesmo para nos desafiar,para ver até onde vamos,precisamos vencê-las,se fosse fácil não teria graça nenhuma.O gostoso é o desafio!Vocês podem ter certeza,nosso encontro foi gratificante,eu também aprendi com vocês,obrigada.Vamos colocar nossas rádios em funcionamento,para mostrar que apesar de todas as dificuldades que temos em  relação a educação,a escola pública tem sim,muitas coisas positivas para ofertar.Sei que sou uma pequena gota de chuva no oceano,mas o que seria dele,se elas não aparecessem como um todo.Primeiro vem uma,depois outra,e mais outra.....até que cai a chuva.
O evento contou com a participação da equipe de Rádio Escola constituídas dos professores/radialistas/jornalistas Elvis Lira,Antônio Jorge,André Freitas,Vânia de Castro (NTE-BELÉM) e Jorge Augusto(RÁDIO WEB SEDUC).Meus colegas,sem vocês a oficina não teria acontecido.Muito obrigada por termos a mesma paixão.Outras oficinas já estão programadas,devendo acontecer em Abril,Maio e Junho para professores e alunos monitores,nos módulos básico e avançado.Abaixo,um click desse trabalho que amo fazer.Bjssss!
                   



















domingo, 23 de fevereiro de 2014

Rádio Escola do NTE-Belém e a Feira do Livro no Hangar

Para os que desconhecem nosso trabalho em Rádio Escola,estou postando uma matéria que fala  um pouco do assunto.Durante a XVII Feira Pan-Amazônica do Livro/2013,pelo terceiro ano consecutivo, escolas da região metropolitana de Belém,que desenvolvem o Rádio Escola da SEDUC/CTAE, assessoradas por nossa equipe do Núcleo de Tecnologia da Educação (NTE_Belém),marcaram presença no stand da SEDUC no Hangar.E que presença!Nossos alunos foram escritores,repórteres,locutores e produtores na Rádio Web Seduc.Eles foram os protagonistas,nós ficamos só no assessoramento,e na ciranda das emoções.Cada vez que uma escola se apresentava,que um menino falava,meu coração batia mais forte torcendo por ele.E que emoção minha gente!Que prazer vê-los diante do microfone e do público,que curioso se aproximava do stand para ver nossos alunos das escolas estaduais fazendo rádio.Novamente parabéns garotos,vocês foram maravilhosos!Confiram!



sábado, 22 de fevereiro de 2014

O rádio escola como mecanismo de ensino,educação e cultura

Notícias                                                

Zeneida Alves de Assumpção (UEPG): rádio na escola pode ser um mecanismo de ensino, educação e cultura                           
Rádio na escola é um vetor de incentivo a toda a comunidade escolar                             
Autor: Arquivo pessoal


Professora do Departamento de Educação da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), no Paraná, Zeneida Alves de Assumpção implantou e coordena a Radioweb da instituição.
Doutora em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, mestre em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São Paulo, é graduada em Comunicação Social pela Universidade Federal do Paraná. Jornalista aposentada da Prefeitura Municipal de Curitiba, é pesquisadora em Mídia-Educação e Jornalismo Científico.
Em entrevista ao Jornal do Professor, Zeneida Alves de Assumpção afirma que a utilização do rádio na escola poderá ser um mecanismo de ensino, educação e cultura permanentes e um vetor de incentivo à toda a comunidade escolar. Em sua visão, é uma mídia eletrônica de fácil acesso, que pode ser instalada em qualquer escola, com equipamentos simples e custos pequenos.
Jornal do Professor – Qual a colaboração que a utilização de uma rádio na escola pode trazer para o ensino e a educação?
Zeneida Alves de Assumpção – São muitas. A radioescola poderá contribuir com o ensino e a educação de forma crítica e contextualizada. Ela é um vetor de incentivo para toda a comunidade escolar, do aluno à cantineira/merendeira, que poderá anunciar qual será o cardápio de merenda semanal, por exemplo. O anúncio do novo cardápio poderá, por exemplo, ser feito pelos próprios estudantes através da radioescola. Assim, eles colocarão em prática a oralidade e conhecimentos aprendidos e apreendidos em diversas aulas: língua portuguesa (nesse momento, os alunos poderão colocar em prática a escrita, o falar corretamente), ciência (os conhecimentos sobre alimentos, a saúde, o se alimentar bem, a cultura dos alimentos, etc..), história (a origem dos povos e alimentação); geografia (tipos de alimentos e solos), etc... sem ninguém estar corrigindo-os com “caneta vermelha”. Nesse contexto, a escola deixa de ser o “panóptico” e passa a ser a ser parceira do ensino, da educação e da cultura, tendo a radioescola como aliada, permitindo aos estudantes a livre liberdade de expressão, pensamento, comunicação e construção do próprio conhecimento.
A mídia radiofônica (seja qual for à tecnologia utilizada) necessita tanto da escrita quanto da fala, do conhecimento, da cultura geral. Nesse aspecto, reside a relevância da radioescola no espaço escolar. Ela poderá ser um mecanismo de ensino, educação e cultura. Quando falamos aqui de educação e de cultura, não estamos nos remetendo somente à educação escolar, mas também à educação e cultura permanentes. A rádio (tradicional/hertziana, webradio, radio-online) faz parte do cotidiano de alunos, pais, professores, gestores e funcionários pertencentes à comunidade escolar e divulgam, de alguma forma, cultura. Quando os alunos utilizam a radioescola no espaço escolar orientados por professores, passam também a perceber e questionar a mídia radiofônica externa com outros olhos e ouvidos. Ou seja: com olhos e ouvidos mais aguçados, mais críticos. A radioescola poderá, então, colaborar com o ensino e educação dentro e fora dos muros escolares.
JP – Quais as habilidades que o projeto de uma rádio pode desenvolver com professores e alunos?
ZAA – Os professores precisam entender que as mídias estão presentes na vida e no cotidiano das pessoas, inclusive de seus alunos. O rádio é considerado a primeira mídia eletrônica de fácil acesso e vem contribuindo com a educação escolar e não-formal desde os seus primórdios. A radioescola também é de fácil acesso e qualquer escola poderá instalá-la. Os recursos são de custos pequenos. A radioescola permite o desenvolvimento de determinadas habilidades: a) fluência na leitura de pequenos textos (mensagens) ao microfone; b) interpretação; c) produção de texto; d) espírito de equipe e companheirismo; e) responsabilidade com a programação da radioescola e com os ouvintes; f) síntese de textos; g) pesquisa de temas; h) iniciativa própria de estudantes e professores; i) análise crítica do meio radiofônico e demais mídias; j) eloquência...
JP – De que maneira o professor pode utilizar essa ferramenta na sala de aula? Quais os conteúdos que podem ser desenvolvidos por meio dela? Dê alguns exemplos.
ZAA – A radioescola deve ser utilizada na sala de aula de forma problematizadora e crítica, levando o educando (emissor/receptor) à aquisição do conhecimento sistematizado, à reflexão e a possíveis intervenções no seu cotidiano (seja escolar ou fora dele). Ela deverá possibilitar ao estudante compartilhar, democratizar, com outros colegas, o saber elaborado e novos conhecimentos. Para isso, o estudante e professor deverão conhecer e se familiarizar com a linguagem radiofônica, promover o intercâmbio de informações entre estudantes e comunidade escolar, ter conhecimento técnico e artístico de emissora radiofônica, bem como o conhecimento sobre mensagens elaboradas (por meio da edição).
A radioescola possibilita trabalhar com a maioria dos conteúdos. Dentre eles: geografia, história, ciência, artes, educação física, língua portuguesa, literatura, língua estrangeira. Por exemplo: língua portuguesa (produção e edição de textos; leitura e interpretação de textos mediante notas, notícias, reportagens, entrevistas). Na literatura (peças radiofônicas de contos consagrados de Machado de Assis ou de livros indicados para o vestibular); língua estrangeira (um programa de entrevista com professores das disciplinas de francês, italiano, inglês, espanhol, alemão, etc..., posteriormente questionado em sala de aula); ciência (uma radionovela falando sobre alimentação, nutrição, saúde, meio ambiente....); história (programa de entrevista sobre o Egito antigo ou outro tema). Cabe aqui a criatividade do professor e o direcionamento dele para com os alunos e para com a radioescola. Qualquer produto a ser produzido pelos alunos e veiculado pela radioescola deverá ter o direcionamento pedagógico de forma democrática.
JP – Como inserir o projeto de uma rádio escola no projeto pedagógico da escola? Há sugestões de projetos prontos bem desenvolvidos?
ZAA – Para que a radioescola seja inserida no projeto pedagógico da escola e que dê certo, é primordial que a escola não seja adepta de uma pedagogia tradicional. Qualquer projeto envolvendo mídias jamais terá bons resultados se a comunidade escolar, professores e gestores não forem democráticos e participativos. Em 1994, a Secretaria de Educação Municipal de Curitiba implantou, em várias escolas, o meu projeto Radioescola. Ele permaneceu atuante por seis anos ininterruptos. Atualmente, ele reaparece também numa das escolas municipais de Curitiba. A programação realizada por estudantes sob a coordenação/orientação de professores e jornalistas é veiculada pela Radioweb da Prefeitura de Curitiba.
Outra experiência nesse sentido foi um de meus projetos, intitulado “Pedagogia da comunicação, mídias e ensino: o uso delas na educação”. Esse projeto contemplava a Rádioescola Meneleu. Alunos do ensino médio do Colégio Estadual Professor Meneleu, em Ponta Grossa, participavam desse projeto realizado sob minha coordenação, na UEPG. Nos encontros semanais, os estudantes do ensino fundamental discutiam e produziam a programação, a qual era veiculada pela a Radioweb-UEPG.
JP – Quais os equipamentos básicos necessários para que uma escola possa produzir programas de rádio?
ZAA – Os equipamentos são simples. Com o advento da internet e com a presença dela nas escolas, há mais facilidade hoje dessas instituições instalarem suas próprias webrádios-escolas. Basta ter um computador, uma mesa de áudio de 12 ou 16 canais. Talvez, o pior entrave seja a capacitação docente. Por isso, é necessário que haja políticas educacionais públicas para a inclusão das mídias na sala de aula. Assim, os professores deverão ser capacitados (mídia-radiofônica e informática). Os estudantes aprendem rapidamente a informática básica e as mídias. Eles são “a geração da rede”, na concepção de Juan Luis Cebrian (1999). Porém, precisam do professor capacitado também.
JP – A senhora coordenou o programa Rádio Aluno, em 1995 e 1996, em que jornalistas e estudantes de escolas públicas municipais, estaduais e particulares produziam programas que eram veiculados na Rádio Educativa do Paraná. O que pode nos contar sobre essa experiência? Quais os principais resultados obtidos com os estudantes?
ZAA – As minhas atividades como coordenadora do Programa Rádio-Aluno começaram em abril de 1995 e encerraram-se em setembro de 1996, com 40 programas produzidos por alunos e levados ao ar pela Rádio Educativa do Paraná e demais emissoras do interior paranaense. Nesse período de vigência do Rádio-Aluno, diversas escolas públicas e particulares de Curitiba e interior do Paraná participaram desse programa. A metodologia do projeto funcionava assim: as escolas eram comunicadas sobre a visita de minha equipe. Os alunos escolhiam os temas e os discutiam democraticamente entre eles e com os professores. Os temas eram repassados à minha equipe. De posse dos temas e convidados, a minha equipe se dirigia à escola. Com as externas da Rádio Educativa montada na sala de aula, os alunos faziam entrevista com os convidados sobre o tema em pauta. Por exemplo: tema “Pena de Morte” (os alunos escolheram esse tema e estudaram-no com os professores). A nossa equipe convidou especialistas de diversas áreas: teológica, jurídica, educacional, psicologia, psiquiatria, entre outras, para serem entrevistados pelos estudantes. E, dessa forma, ocorreu comos 40 programas, dentre eles: “Aborto”, “Namoro na Adolescência”; “Mercado de Trabalho”; “Gravidez na Adolescência”; “Brigas de Torcida de Futebol”; “O Jovem e a Religião”; “A televisão”; “Ecologia” e outros. Os temas escolhidos pelos estudantes sempre se relacionaram com temas sociais que os afligiam.
O Programa Rádio-Aluno era constituído por três blocos: 1) “Rádio-Aluno Informa”; 2. “Rádio-Aluno Debate” e 3) Rádio-Aluno integrando o Paraná”. Nos três blocos havia a participação dos estudantes de ensino fundamental. Dentre os principais resultados dessa iniciativa, é de que os alunos ao escolherem democraticamente os temas, os pesquisavam cientificamente mediante ajuda dos professores e procuravam obter mais conhecimentos para poderem questionar e debater com os especialistas convidados. Dessa forma, os estudantes construíam o conhecimento sobre o tema, livremente, sem cobranças de professores. Nesse aspecto, a radioescola é uma grande aliada da educação e do ensino-aprendizagem. O projeto/programa foi encerrado devido a meu retorno à Universidade Estadual de Ponta Grossa e meu ingresso no Programa de Pós-Graduação Sctrito Sensu (doutorado em Comunicação e Semiótica) da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), em 1997.


UM DESAFIO CHAMADO LOUSA DIGITAL

Em seu blog o professor José Carlos,nos fala com humor e propriedade sobre a Lousa Digital.Um excelente material para quem está começando a se familiarizar com ela na escola e ainda não se sente seguro com mais esse desafio tecnológico.Eu amei o conteúdo,por isso quero compartilhar com vocês.Boa leitura meus queridos!
A Lousa Digital Interativa chegou! E agora?
 Elas estão chegando!
Há cerca de uma década os professores se espantavam com a chegada dos computadores à escola. Depois foi o projetor multimídia e a internet e mais recentemente os aparelhos móveis (smartphones, tablets, netbooks e notebooks). Agora é a vez da lousa digital interativa.
                                              Elas estão aí. Não adianta tentar fugir.
Muitas escolas já possuem uma ou mais lousas digitais interativas. O ideal é que elas estivessem presentes em todas as salas de aula, nos laboratórios, nas bibliotecas, nas salas de reuniões e na sala dos professores. Mas, como o seu custo ainda é elevado, essa implantação tende a ser vagarosa (como quase tudo na Educação).
Quando o professor se vê diante da lousa digital interativa pela primeira vez é bem comum um certo ar de espanto e indignação. Afinal, é espantoso que tenham inventado uma “lousa digital” unindo o que há de mais antigo, a lousa, com o que há de mais moderno: a tecnologia digital. E, por outro lado, parece absurdo que governos e escolas invistam altas somas na aquisição de dispositivos digitais modernos e, ao mesmo tempo, se recusem a investir mais e melhor na carreira do professor, na sua formação inicial e continuada, na manutenção dos equipamentos que as escolas já dispõem e no suporte técnico e pedagógico para o uso dessas novas tecnologias.
Seja lá qual for o grau de espanto ou de indignação do professor, o fato concreto é que começa a cair em seu colo “mais uma encrenca” (ou “possibilidade”, conforme a ótica com que se vê a situação): como usar essa “coisa”, geralmente branca, sem muitos botões e aparentemente “vazia”?
O objetivo desse artigo é desmistificar esse apetrecho tecnológico de maneira que o professor que sempre se desviou da lousa, ao passar por perto dela, possa agora aproximar-se mais e utilizá-la, descobrindo alguns de seus possíveis usos.
O bicho não morde!
A primeira coisa a saber sobre a lousa digital é que ela não morde, mas você pode até fazê-la latir se você souber apertar os botões corretos. 
                                                

Computador sem uso é computador quebrado.

A lousa digital interativa não é um aparelho frágil a ponto de quebrar se você tocar nela. Na verdade ela foi construída justamente para ser tocada. Não existe o risco de você “estragá-la usando-a” (sobre esse tema, “estragar usando”, veja um artigo meu de junho de 2008, “Quebrando computadores“, que tratava justamente da questão da falta de uso dos computadores da sala de informática sob a alegação de que “usá-los os quebrariam” e que, apesar de passada meia década, ainda continua sendo um artigo atual para algumas escolas). E, por fim, por incrível que pareça, a lousa digital interativa é mais fácil de lidar do que a lousa comum usada com o giz ou com o pincel atômico.
Embora já exista no mercado diversos modelos de lousas digitais com diferentes tecnologias, o funcionamento básico de todas elas é muito parecido. Mais ou menos como são parecidas as lousas tradicionais, que podem ser verdes, pretas, azuis, brancas, de madeira, de “pedra”, etc., mas funcionam sempre da mesma forma e para o mesmo propósito.
Em alguns modelos você pode interagir com a lousa usando os próprios dedos, em outros usa-se uma caneta especial e, em outros ainda, pode-se usar qualquer objeto. Há lousas de diversos tamanhos, mas normalmente elas têm mais de 70 polegadas (na diagonal). Cada tipo/marca/fabricante de lousa costuma ter um ou mais softwares que facilitam o seu uso, mas todos esses softwares de controle também são parecidos em suas funcionalidades.
Traduzindo para um bom português: quem já viu uma, já viu todas.
Como funciona?
As lousas digitais mais comumente encontradas nas escolas são ligadas a um computador (por cabo ou via wirelles) e a um projetor multimídia (o velho “datashow”). Na verdade a lousa digital pode ser entendida como esse conjunto de três componentes: a lousa propriamente dita, um computador e um projetor multimídia. Algumas lousas já estão incorporando o computador em seu próprio corpo, mas todas elas precisam de um computador para funcionar.
A lousa digital interativa é na verdade um conjunto de três elementos: lousa, projetor e computador.

E é justamente aí que está o “pulo do gato”: a lousa, em si, não faz nada, quem realmente “trabalha” o tempo todo é o computador. Assim, para efeitos comparativos, a lousa nada mais é do que um “monitor + mouse + teclado” que serve para você se comunicar com o computador exatamente da mesma forma como faria usando esses três elementos em um desktop ordinário.
Outra comparação interessante pode ser feita com os smartphones. Se você já manuseou um smartphone com tela full touch (aquela de tocar e mover ícones com os dedos na tela), então você já usou uma lousa digital em miniatura.
De qualquer forma, como você pode ver pelos exemplos acima, a lousa digital pode ser usada com um esforço de aprendizagem muito pequeno por todos aqueles que já usam normalmente um computador ou um smartphone. No caso da lousa digital, o mouse é seu dedo ou a caneta especial (quando a lousa usa uma dessas) e o teclado é virtual, como nos smartphones.
Você pode fazer na lousa digital tudo aquilo que já faz no computador (e mais ainda!). Tudo aquilo que você fizer na lousa aparecerá na tela do computador (se ele estiver ligado a um monitor) e todos os programas do computador podem ser executados a partir da lousa. Bom, mas se é assim, então qual é a vantagem da lousa digital? Porque simplesmente não usamos um computador acoplado a um projetor multimídia?
A grande vantagem da lousa digital é justamente o fato de ela ser uma “lousa”! Dessa forma você pode escrever nela, fazer anotações sobre imagens projetadas, executar e mostrar filmes, músicas e animações ou simulações e, principalmente, interagir com a lousa como interage com seu computador, mas sem precisar ir até o computador para fazer isso.
Ter uma lousa digital na sua casa não seria nada vantajoso porque na sua casa você usa o computador para si mesmo. A lousa digital é para ser usada para, e com, os seus alunos, então, ela só é uma ferramenta vantajosa em situação de aula.
Para que serve?
A lousa digital serve para facilitar o trabalhado do professor, permitindo que ele faça melhor aquilo que já faz com uma lousa comum e estendendo esse uso de forma a incorporar mais facilmente as TIC, o uso da internet e de novas práticas pedagógicas mais interativas, eficazes e atraentes para os alunos.
Para o aluno a lousa digital também pode ser muito vantajosa, dependendo do uso que o professor fizer dela. A lousa digital não serve para transformar uma aula chata em uma aula atraente, ela não faz com que um professor “ruim” fique “bom”, ela não transforma o livro, o laboratório e outros materiais didáticos de apoio em “coisas obsoletas” e não melhora a qualidade da educação por si mesma. A qualidade do professor é fundamental para uma boa aula e, portanto, a única coisa que uma lousa digital pode fazer pela educação é dar ao bom professor mais ferramentas para que ele se torne ainda melhor.
Nada é capaz de “salvar” uma aula chata.

Por isso, antes de pensar em como você vai usar uma lousa digital interativa, é bom pensar em como você já usa a sua lousa tradicional, com giz. No artigo “Uso pedagógico do giz (do giz???)” você encontrará alguns elementos para refletir sobre o uso de lousas “analógicas”.
Há, literalmente, infinitas possibilidades de uso da lousa digital interativa, mas para quem nunca experimentou uma delas, aqui vão algumas (poucas) sugestões por onde se pode começar:
Escreva nela! Sim, escreva. A lousa digital também serve para escrita, seja com letra cursiva ou como texto digitado por meio do teclado virtual ou do teclado físico acoplado ao computador. Na lousa digital você pode escrever da mesma forma como faria em uma lousa comum, usando giz. E qual é a vantagem disso? São várias:
·         você dispõe de ferramentas de apoio à escrita, como a possibilidade de desenhar figuras geométricas, linhas, setas, etc. de forma perfeita;
·         alguns softwares usados em lousas digitais transformam sua letra manuscrita em caracteres de uma fonte que você escolher, como essa fonte que foi usada para escrever esse texto, tornando assim a sua letra “mais legível” e “mais bonita”;
·         junto com seu texto e seus esquemas você pode adicionar elementos que não poderia em uma lousa comum (sem uma boa dose de sacrifício), como fotos, esquemas, ilustrações e até mesmo músicas e filmes;
·         e agora vem a melhor parte: você não se lambuza de giz e pode apagar sua lousa toda (ou qualquer parte dela) com um único “clique”. Não é fantástico?
Nem sempre é preciso escrever nela.

Traga suas lousas prontas para a aula! Sim, é muito fácil! Aquela aula que você preparou em casa com tanto carinho, mas que teve que “copiar novamente” na sala ou, pior ainda, repetir a mesma lousa em várias salas para várias turmas, pode agora ser trazida pronta de casa sem que você tenha que despender tempo e esforço copiando-a várias vezes.
·         As lousas digitais interativas geralmente vêm acompanhadas de softwares que o professor pode usar em sua casa ou em outros computadores da escola, durante seu tempo de preparação de aulas, que permitem que a lousa seja toda “montada” antes do professor entrar na sala;
·         a aula “pré-montada” pode ser alterada durante a aula real. Lembre-se que você pode escrever, apagar, modificar, acrescentar ou fazer o que bem entender durante a aula e ainda pode “salvar e gravar” a aula modificada como uma nova versão (as vezes pode ser interessante ter diversas versões para diversas salas, já que as aulas “reais” raramente são idênticas em salas diferentes);
·         preparando antecipadamente a aula (como deve ser, com ou sem lousa digital), e trazendo a lousa pronta para a sala (essa é a novidade!), você certamente terá mais tempo para explorar e acrescentar recursos multimídia, como imagens, clipes, simulações, etc, no próprio espaço de tempo da aula. Além disso, as aulas podem sempre ser “reaproveitadas” em outras salas, em outros anos ou em outros cursos. Com o tempo você pode construir seu próprio material didático multimídia com recursos exclusivos e com a facilidade de poder modificá-lo, ano a ano;
·         assim como você, outras pessoas também prepararão e trarão aulas prontas para a sala de aula e, usando as redes sociais, os repositórios de recursos educacionais abertos, etc., você poderá compartilhar e utilizar aulas, ou trechos de aulas, preparadas por outros professores, otimizando ainda mais o seu tempo. A riqueza por trás dessas possibilidades é gigantesca!
A lousa é deles!
Leve os alunos para a lousa! Sim, eles gostam de ir para a lousa, principalmente se a lousa for digital! Lembre-se que a interatividade da lousa digital não deve ser entendida apenas como um recurso para o professor. Essa interatividade pode potencializar muitas aprendizagens dos alunos e, portanto, é com os alunos que ela desempenha seu principal papel como ferramenta de apoio ao ensino e à aprendizagem. 
·         Os alunos podem usar a lousa de forma individual, como o professor, ou em duplas, trios ou grupos ainda maiores. Para o uso múltiplo e simultâneo é preciso que a lousa possua a tecnologia adequada e um software de controle que permita o uso simultâneo por várias pessoas. Nessas lousas os alunos podem trabalhar de forma cooperativa, participar de jogos e outras atividades que podem ser feitas em grupo.
·         Nas lousas que não possuem esse recurso de uso simultâneo é possível levar os alunos para diversas atividades, como: escrever (em turmas de alfabetização, por exemplo), corrigir tarefas, resolver problemas, interagir com simulações, apresentar trabalhos, construir textos coletivos, etc.
·         Além daquilo que os alunos podem fazer em uma lousa comum, a lousa digital adiciona recursos que só estão disponíveis em um computador. Pense no que seus alunos poderiam fazer em um computador comum para aprenderem o que você quer que eles aprendam e você terá uma boa ideia do que eles podem fazer para aprender usando a lousa digital.
Registre e compartilhe suas lousas com os alunos! Sim, eles vão amar poder prestar atenção às suas explicações e depois receberem uma cópia das suas lousas ao invés de despenderem um longo tempo e um grande esforço tentando copiar as suas lousas e, ao mesmo tempo, prestar atenção no que você explica.
Novos paradigmas!
·         “Copiar a matéria da lousa” é tão moderno quanto copiar à mão uma notícia do jornal para depois enviá-la pelo correio normal para um amigo. Hoje em dia existem métodos muito mais eficientes para se “copiar lousas”. Um deles é a simples “fotografia” da lousa. No entanto, com uma lousa digital você mesmo pode “fotografar suas lousas” (salvando-as como imagem no computador acoplado à lousa) e distribuí-las para seus alunos publicando-as em uma galeria de imagens ou no seu blog. Sim, tenha um blog!
·         Você pode registrar também as atividades que os alunos fizerem na lousa, trabalhos apresentados nelas, etc. Tudo o que for mostrado na lousa pode ser gravado, arquivado e distribuído.
·         Se você organizar essas lousas em um blog ou em uma galeria de imagens, os alunos, os pais dos alunos e quaisquer outros interessados poderão consultar as “anotações de aula” em qualquer tempo e em qualquer lugar. Isso é incrível! Os alunos poderão rever os assuntos estudados de forma mais organizada (como você os organizou!) e você terá suas aulas devidamente documentadas.
·         Quando os alunos dispõem de dispositivos móveis, como notebooks, é possível também compartilhar as lousas diretamente nesses notebooks e vive-versa, ou seja, você pode “conferir a tarefa do aluno” diretamente na sua lousa e ele pode “copiar sua lousa” diretamente para o dispositivo dele.
Não dê aulinhas, dê um show! Sim, é possível! E você não precisa ser um artista mais artista do que já é quando tenta prender a atenção de alunos “elétricos e desatentos”. Basta um pouco de “tempero” nas aulas.
Faça seu show! O professor é o artista.
·         use e abuse dos recursos gráficos. Ao invés de esquemas confusos, use mapas mentais (há softwares que ajudam nisso); ao invés de desenhar gráficos sofríveis, faça-os em um software próprio e os leve prontos (ou construa em tempo real, junto com os alunos).
·         inclua imagens (fotos, ilustrações, etc.) nas suas aulas. Quando for falar de um personagem histórico, apresente rapidamente sua foto e um trecho da sua biografia (que pode ser encontrado facilmente na internet) e forneça o link para os alunos encontrarem o recurso. É bastante provável que sua lousa digital esteja conectada à internet e, assim, você poderá usar seus recursos diretamente a partir da lousa.
·         use trechos de filmes, clipes e trechos de músicas. Lembre-se que você pode incluir qualquer recurso da internet na sua “aula digital”. O YouTube e outras fontes (muitas!) podem proporcionar imensas possibilidades de enriquecimento para praticamente qualquer conteúdo, competência ou habilidade que você esteja trabalhando com os alunos.
·         se sua escola não tem um laboratório de ciências, ou o laboratório não possui muitos recursos, use softwares e simuladores que permitam fazer as experiências “virtualmente”. Isso amplia muito as possibilidades do uso de experimentação para a compreensão de conceitos e fenômenos, além de reduzir bastante o custo dessas atividades.
Deixe os alunos trabalharem! Tem um ditado que diz que “Quem nunca comeu melado, quando come se lambuza!“. Não se prenda à lousa (digital ou à lousa com giz), deixe os alunos trabalharem individualmente e em grupos, inclusive na lousa.
·         Não é porque você tem agora uma lousa digital que ela precisa ser usado o tempo todo. A lousa digital é muito legal, mas a interação humana ainda é muito melhor. Use a lousa com responsabilidade, criatividade e inteligência.
·         Quando planejar sua aula, pense como o diretor de um filme de sucesso ou de uma peça teatral onde a platéia também interaja. Faça um bom roteiro, quebre a monotonia, intercale suas ações com o trabalho dos alunos. Não monopolize o cenário e nem o uso da lousa.
Tudo bem, mas por onde eu começo?
Nunca é tarde para começar.

Bom, “comece pelo começo”: você já é um Professor Digital? Se não for, não tem problema, mas tenha em mente que será preciso se tornar um deles.
Tenho algumas sugestões que poderão ajudá-lo a se tornar um Professor Digital e, consequentemente, lhe permitirão um bom uso das lousas digitais interativas. Elas podem não ser as melhores sugestões do mundo, e nem todas podem ser adequadas para você, mas, se é para começar de algum ponto, experimente essas dicas:
·         comece a usar o computador de forma regular para digitar textos, fazer gráficos, navegar na internet, trocar e-mails com colegas e parentes, participar de grupos de discussão e redes sociais, ler revistas e jornais, enfim, para atividades que fazem parte do seu dia a dia.
·         Visite blogs de outros professores e veja o que eles estão fazendo, como usam a internet, que sugestões e dicas eles dão para seus leitores, etc. Visite também sites ligados à Educação (da sua rede escolar, do seu município, do seu estado, do governo federal, de outros países) e procure por textos que falem sobre o uso pedagógico das TIC.
·         Entre na web 2.0; descubra ferramentas/sites de compartilhamento (de textos, fotos, filmes, planos de aula, etc.). Descubra o Google, o YouTube, o Facebook, o Twitter, o MySpaces, o Skype, etc., etc. E se você não sabe do que estou falando, comece a digitar esses nomes na busca do Google, por exemplo, e descubra do que se trata.
·         Entenda que os computadores e a internet são seus aliados.  Pergunte-se porque os alunos gostam tanto de computadores e da internet e eles lhe dirão que “é muito divertido”. Sim, é mesmo! Aprenda a se divertir também! Não se preocupe em se tornar “imediatamente” um Professor Digital, comece se tornando um “usuário digital”.
·         Procure um “mentor” para lhe ajudar nos primeiros passos. Você tem muitos amigos que sabem usar computadores e a internet. Talvez tenha filhos e eles certamente sabem! Mesmo na sua escola haverá outros professores que já sabem lidar com as TIC e poderão lhe ajudar tirando dúvidas, dando sugestões e, principalmente, lhe mostrando que a tecnologia é divertida, fácil de lidar e, além disso, poderá vir a ser uma ferramenta incrível na sua profissão.
·         Não espere se sentir um expert em tecnologia e computadores para, só então, experimentar a lousa digital. Use-a como parte das ferramentas de aprendizagem. Ninguém sabe tudo e, na verdade, nós todos sabemos cada vez menos. Tecnologia se aprende usando.
·         A escola também é um lugar para o professor aprender. Para ser professor hoje em dia é preciso ser um eterno aprendiz. Não podemos mais parar de aprender ou nos recusarmos a continuar aprendendo. É isso que ensinamos aos nossos alunos e é isso que precisamos fazer também.
·         Não desanime quando as coisas parecerem não dar certo. Lembre-se de suas próprias aulas: quase sempre elas não dão certo para todos os alunos. É errando que se aprende. Se você se recusar a levantar logo depois dos primeiros tombos nunca vai aprender a caminhar “em pé”. Faça com você mesmo aquilo que você gostaria que seus alunos fizessem para aprender mais em suas aulas.
·         Não tenha vergonha de aprender com seus alunos. É muito provável que eles sejam usuários mais proficientes das novas tecnologias em geral e, possivelmente, da própria lousa digital, do que você mesmo. Eles não tem o seu medo de errar e gostam de tentar até acertar. Peça ajuda a eles sempre que precisar. Trabalhe em conjunto com eles. Deixe que eles lhe ensinem o que sabem. Eles vão amar e você vai descobrir que nessa jornada pelas TIC há atalhos que só eles conhecem.
·         Concentre sua energia e seus esforços para preparar e executar boas aulas. A lousa digital e as demais tecnologias disponíveis serão naturalmente incorporadas na sua prática na medida em que ela mesma for se modificando. Isso não é imediato, mas é um movimento natural de aprendizagem. Você, professor, tem poder de ver mais longe. Use a tecnologia como uma luneta para seus próprios projetos de inovação.
Conclusão
As lousas digitais estão chegando e provavelmente você se verá diante de uma delas um dia desses. Não fuja! Encare porque o bicho é manso.
O coelho está aprendendo que é um mamífero lagomorfo da família dos leporídeos (graças a ajuda da Wikipédia). Coisa difícil de se fazer sem uma lousa digital. :)

Depois de algum tempo inserido no mundo das TIC e, tendo usado uma lousa digital interativa, é bem provável que você fique tentado a repetir uma frase que eu tenho ouvido de vários professores ao longo de anos de formações que já dei em oficinas de uso das TIC: “Puxa, como eu pude viver tanto tempo sem ter usado isso?!”.
Boa jornada!
Referências e sugestões na internet:
·         DOSTÁL, Jirí. Reflections on the Use of Interactive Whiteboards in Instruction in International Context. The New Educational Review. 2011. Vol. 25. No. 3. p. 205 – 220. ISSN 1732-6729. Disponível em: <http://goo.gl/30kc6>. Acesso em: 12/07/2012. – Artigo interessante do prof. Jiri Dostál, da República do Cazaquistão.
·         The Interactive Whiteboards, Pedagogy and Pupil Performance Evaluation: An Evaluation of the Schools Whiteboard Expansion (SWE) Project: London Challenge. Disponível em: <http://goo.gl/gg6dt>. Acesso em: 12/07/2012. – Pesquisa da School of Educational Foundations and Policy Studies, Institute of Education, University of London.
·         Para saber um pouco mais sobre o que é e como funciona a lousa digital, consulte esse artigo da Wikipédia (em português) ou esse outro (em inglês e com mais referências).
·         O uso pedagógico da lousa digital associado a teoria dos estilos de aprendizagem. Revista Estilos de Aprendizaje, nº4, Vol 4 octubre de 2009.Disponível em: <http://goo.gl/oPf0b>. Acesso em: 12/07/2012. – Nesse artigo a lousa digital e tratada como um instrumento tecnológico interativo, que possibilita a elaboração de atividades pedagógicas, associadas à Teoria dos Estilos de Aprendizagem.


Por: ANTONIO, José Carlos. A Lousa Digital Interativa chegou! E agora?,Professor Digital.